terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Xuxa e seu mundo de fantasia

Uma coisa que não se pode reclamar dos anos 80 são os símbolos sexuais da época. Mas ninguém atingiu o ponto mais alto quanto a Xuxa. Foi capa de diversas revistas, inclusive masculinas, entre elas um ensaio nu para a Playboy, e que seria reeditada na Argentina nos anos 90. Xuxa chamou a atenção de Pelé durante a produção de uma capa da revista Manchete, com quem namorou e lhe proporcionou visibilidade na mídia e começou o caminho que a levou a ser por décadas um fenômeno nas manhãs da Rede Globo.
E Pelé começou a querer reescrever a vida da Xuxa, comprando os negativos de seus ensaios nus. Ciúmes, marketing...? Só o rei do futebol pode responder. Mas o rei e a rainha não contavam com uma coisa... A Internet! E com a Internet Xuxa tenta a todo custo reverter suas decisões do passado, e a mais polêmica é a participação no filme Amor Estranho Amor.

Xuxa é acusada de pedofilia, quando era menor de idade atuando no filme mencionado. O diretor nunca foi acusado de nada, nem mesmo a produção ou outras atrizes que fizeram cenas de sexo com o garoto, dentre elas Vera Fischer. Esse filme é chato pra caralho, mas até hoje é falado. Por quê? Porque a Xuxa com seus 16, 17 anos aparece seminua? Porque ninguém fala da Brooke Shields nua e transando com seus 14 anos em Lagoa Azul? Porque ninguém fala dos adolescentes que acabam indo ao Porky's, um puteiro onde o dono arruma putas por um preço razoável? Todo mundo em Porky’s era menor de idade! Por quê??? Porque a rainha dos baixinhos começou a perder a mão! Entrou na Justiça para tirar das locadoras o filme. Censura! Já que o filme não se alinhava mais com sua carreira. É claro que o que é proibido é mais gostoso e terá mais destaque. E com a Internet as cenas do filme chegaram do Caburaí ao Chuí.
Xuxa resolveu entrar com uma ação na Justiça em 2010 contra o mestre supremo do conhecimento na Terra, mais conhecido como Google. Ela queria impedir que buscas por seu nome retornassem imagens do filme. O juiz negou a ação movida por Xuxa, estabelecendo que o direito das pessoas à informação deve prevalecer sobre eventual pretensão da apresentadora de dificultar a propagação do conteúdo na web. Mais uma vez só serviu para chamar atenção para o filme, ele está disponível na íntegra no YouTube para quem quiser ver.
Xuxa vive em um mundo de fantasia. Ela não pode reescrever uma nova história e apagar as partes que não gosta. Da mesma forma que ninguém tem o direito de julgar uma mulher que quando tinha seus 16, 17 anos foi convencida a fazer uma bosta de filme.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

De olho no pré-diabetes

O foco de médicos e demais profissionais da saúde estará no diabetes na próxima sexta-feira, doença que acomete mais de 380 milhões de pessoas no mundo, quase 12 milhões somente no Brasil. Organizado no Brasil pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Dia Mundial de Controle do Diabetes terá como principal objetivo incentivar campanhas de educação e prevenção. A urgência em conter o problema metabólico tem razões estatísticas: estima-se que, se  continuar crescendo nos níveis atuais, até 2035, cerca de 592 milhões de pessoas de todos os continentes sofrerão como a enfermidade; uma a cada 10 adultos. Até lá, serão 10 milhões de novos casos por ano, ou seja, três novos diagnósticos a cada 10 segundos. 62% dos brasileiros apresentam pelo menos um fator de risco para o desenvolvimento dessa doença e 45% das pessoas desconhecem as mais simples práticas de controle, segundo a SBD.
Quando o pâncreas não produz a insulina na quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo ocorre o diabetes. Ou porque esse hormônio não consegue agir adequadamente. Assim, a insulina reduz a glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue penetre nas células para ser utilizado como fonte de energia. Se faltar esse hormônio ou se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
O diabetes se apresenta de duas formas. No tipo 1, que ocorre em cerca de 5% dos pacientes, o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina devido a um defeito do sistema imunológico. Isso faz com que os anticorpos ataquem as células que produzem esse hormônio. No tipo 2, mais comum, há uma combinação de dois fatores: a diminuição da secreção de insulina e um defeito na ação dela conhecido como resistência à insulina. Há ainda o diabetes gestacional, que apresenta alteração da glicemia durante a gestação, sendo que em alguns casos a glicose do sangue retorna ao normal após o parto e outros tipos de diabetes mais raros com causas variadas. O problema metabólico é a maior causa de amputação não traumática de membros inferiores. O diabetes é também a maior causa de cegueira adquirida no mundo e uma das principais razões da disfunção erétil.
A prevenção é o melhor remédio para combater o mal metabólico, diante de tanto risco e da lista diversa de consequências. O pré-diabetes é um termo usado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver a doença, como se fosse um estado intermediário entre o saudável e o diabetes tipo 2. No caso do tipo 1, não existe essa condição. Já se sabe que a forma mais comum da doença está associada à obesidade, a fatores genéticos, ao sedentarismo e a dietas inadequadas.
A base da prevenção é a mudança dos hábitos de vida. Uma alimentação saudável associada à prática de atividade física é o primeiro passo para o sucesso no controle da glicose. O pré-diabetes pode ser identificado em um simples exame de sangue, em que são observados os níveis de glicose no sangue ainda em jejum. A pessoa é considerada pré-diabética quando os valores da glicemia variam ente 100 mg/dl e 125 mg/dl. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Vai ter que dar tempo

Na manhã de ontem, dei uma olhada no entorno do estádio Mané Garrincha. São pouco mais de 20 dias para a Copa do Mundo e vão precisar acelerar bastante para ver tudo pronto. Mas tem uma dúvida que fica. Por que não começaram a fazer isso, assim que a Copa das Confederações acabou? Será que precisava começar tão em cima da hora? Faria diferença começar antes? 
No fundo, acho que todos nós sabemos as respostas de tudo isso. Falta de programação e a ideia de que vai dar tempo. E agora? Vai dar?



quarta-feira, 7 de maio de 2014

Uma convocação nada surpreendente


Começou a Copa do Mundo para a seleção brasileira. Com o anúncio dos 23 jogadores convocados para o Mundial, Luiz Felipe Scolari mergulha de vez no projeto em busca do hexacampeonato. E, obviamente, Neymar é a principal aposta do treinador na competição.
Foi uma convocação que mais ou menos a gente esperava, mas mais do que isso me dou conta que eu não fico mais indignado com uma convocação, antes eu ficava. Eu, por exemplo, há dez anos estaria puto da vida com a convocação do Júlio Cesar e do Henrique. Para mim, deixar o Miranda de fora é inadmissível. É o cara que marca o Messi e o Cristiano Ronaldo. Um jogador que está em vias de ser campeão espanhol e campeão da Liga dos Campeões, para levar o Henrique? Aí eu penso com a cabeça do Felipão, é um cara que já foi campeão com ele, que ele confia, é um cara que ele conhece. Na dúvida o Felipão convoca quem ele conhece, natural.
Então, a convocação foi quase exemplar. Era isso mesmo, é o que nós temos. Gostei muito da convocação do Hernanes. Gostei muito que o Robinho tenha ficado de fora, mas eu estava preparado caso o Robinho fosse convocado. A verdade é que a CBF estragou de alguma forma aquela paixão que os brasileiros tinham pela seleção brasileira. A seleção brasileira não causa mais nenhuma comoção na população brasileira.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Sobre macacos e bananas


O racista é um sujeito tão horrendo que não consegue olhar para além dos próprios limites. Quando Daniel Alves come uma banana que arremessam no campo de futebol, ele não conseguiu ser unanimidade. Muitas pessoas, vítima ou não do preconceito, estão com medo que a ação do jogador funcione às avessas, que faça com que as pessoas que arremessam bananas realmente vejam macacos no lugar de humanos. Errado.
Daniel Alves ao comer a fruta em questão dá a fruta sua função original. Tira da banana seu símbolo de opressão e a transforma simplesmente em… Banana. O lateral-direito do Barcelona e da Seleção Brasileira de Futebol não derramou lágrimas e nem protestou, apenas ignorou o ato e disse: “sim, sou um macaco assim como você”. A ação do Daniel Alves em comer a fruta e toda a repercussão em redes sociais não identifica as vítimas do preconceito como macacos, e sim que tanto vítimas quanto algozes são tão macacos quanto o outro.
Não importa a sua cor, da próxima vez que alguém imitar um macaco ou jogar uma banana perto de você, imite um macaco, coma a fruta e deixe bem claro para o racista que a sociedade é um espelho dele também. E então todos nós seremos macacos e bem mais humanos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Episódio completo de ‘Os Simpsons’ sobre a Copa do Mundo no Brasil

Os Simpsons retornaram ao Brasil em novo episódio que desta vez chegam à cidade de São Paulo para participar da Copa do Mundo. Homer recebeu a missão de apitar a final do Mundial entre Brasil e Alemanha. Esse convite partiu de uma entidade corrupta, cujo vice-presidente procura Homer para ser juiz na Copa. 
Homer sofre várias tentativas de suborno no episódio e ele não aceita a oferta e a seleção brasileira acaba perdendo para os alemães por 2 a 0 na grande final. A partida acontece no estádio Itaquerão, com cartazes que lembraram as manifestações realizadas na Copa das Confederações, em 2013. “Bem-vindos ao Brasil! Arruaceiros, por favor tulmutuem o Paraguai”, diz uma das placas. O craque da Seleção Brasileira se chama El Divo, apelidado pelos narradores da partida como "o grande mestre das cavadas", uma suposta homenagem ao Neymar. 
Os Simpsons jantam em um restaurante com uma grande figueira no meio, remetendo ao Figueira Rubaiyat, localizado na região dos Jardins, em São Paulo. Marge usa um tablet com tradutor para fazer o pedido em português, enquanto Homer saboreia o tradicional churrasco 'made in Brazil'. Ao observar a vista da cidade com direito a pontos turísticos, como Ponte Estaiada e a Catedral da Sé, Homer diz: "Ah, Brasil. Eu não poderia ficar com medo de você para sempre. A única coisa que me impede de morar aqui é aquele peixe que entra para nadar no seu canal de fazer xixi".
Assista na íntegra o episódio:

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Meu pitaco sobre o Cantigas de Roda, novo álbum do Raimundos.


Há mais de 10 anos não se vê uma produção roqueira de verdade no Brasil. Isso se deve ao falso término do Raimundos, porque na verdade o Raimundos nunca acabou! Graças ao único integrante da formação original que nunca se ausentou da labuta, Digão. Em 2007 Canisso retornou à banda e tivemos a entrada nas guitarras de Marquim e na bateria de Caio Cunha. Eis que temos o novo Raimundos. E na semana pasada tivemos o fruto dessa nova formação, enfim o Cantigas de Roda. O primeiro álbum de inéditas do Raimundos desde Kavookavala, de 2002.
O álbum Cantigas de Roda foi uma verdadeira gestação. Ao invés de correr para o estúdio lá em 2007, o grupo começou uma turnê Brasil a fora, tocando em lugares diversos para novos e velhos fãs e com isso os shows tornaram-se cada vez melhores. E a volta de uma produção roqueira de verdade foi dada por nós, fãs. A banda convocou cada um para apoiá-los no projeto de financiamento coletivo, que tornou o álbum Cantigas de Roda em uma existência real, arrecadando mais de R$ 123 mil, mais que o dobro da meta estipulada de R$ 55 mil. E quarta-feira passada nós fãs recebemos as músicas do álbum Cantigas de Roda, com produção do Billy Graziadei, vocalista do Biohazard.
Esperei uma semana para dar o meu pitaco sobre o álbum, uma das minhas músicas favoritas é a grudenta “Cera Quente”, letra explicitamente sexual. O espírito do Raimundos não morre nas músicas “Baculejo” e “Gato da Rosinha”, música do bom e velho Zenilton. As poderosas “Importada do Interior” e “Gordelícia” são as minhas apostas para fazerem sucesso nas rádios. O espírito hardcore do Raimundos está em “Cachorrinha”, “BOP”, “Rafael” e “Descendo na Banguela”. A pancadaria come solta em “Nó Suíno” (ou seria Nosso Hino?) com excelentes solos de guitarra e sons de instrumentos de dentista, uma referência à profissão do Caio, citado no refrão: “Vacilou, os dente voa, mas o Caio bota a cola”. Outra favorita minha é a excelente “Dubmundos”, um reggae com a participação de Sen Dog, do Cypress Hill, arranjo de metais, solo de saxofone e letra positiva. Sem esquecer a música de protesto “Politics”, lançada antes do álbum na época das manifestações que tomaram conta do Brasil em junho do ano passado.
O álbum Cantigas de Roda me surpreendeu e superou todas as expectativas de um fã fiel, é o sopro de esperança do rock nacional. Afinal, isso é Raimundos, caralho! Muito respeito!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O patético episódio da "torcida de aluguel" do Botafogo em Quito

O episódio dos mil torcedores locais bancados pela Telexfree pode se desdobrar ainda mais. A nebulosa empresa confeccionou mil camisas “tabajaras” do Bostafogo, distribuindo para os falsos bostafoguenses.
A grande questão é que nesta camisa fake a Telexfree ocupava o patrocínio máster, desbancando quem realmente paga por isso, a Guaraviton. A Guaraviton, que reagiu mal (com razão) ao fato de dividir espaço com uma empresa investigada pelo MP, se viu relegada a este nível. A pirataria, tão combatida pela polícia e pelos fornecedores de material esportivo, agora será institucionalizada por anunciantes oficiais?
Algo me diz que a Guaraviton está cada vez mais insatisfeita, justamente, com o clube que lhe abriu portas ao mundo do futebol.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A playlist mas confusa da história

A playlist de um trintão vai de “dançando lambadaê, dançando lambada lá” até “uni duni duni tê, ô ô ô ô, salamê minguê, ô ô ô ô”, super confusa, né?! Crescemos com o vinil, amadurecemos com o CD e tomamos gosto pelo MP3. 
Todo trintão tem um show que não foi porque a mãe não deixou, mas eu tenho que agradecer a minha mãe que me levou no meu primeiro show, show do Bozo!
Todo trintão achava a Madonna gostosa pra caralho, achava o Michael Jackson o cara mais incrível do mundo, dançou Step by Step em algum momento da sua vida e tinha certeza que o Guns ia durar pra sempre ou apostou no Nirvana. Todo trintão irá citar que teve sua fase de Legião Urbana, mas me inclua fora dessa. Sou de Brasília e não curto Legião, e daí?!
Só quem tem seus trinta e poucos anos sabe o que é ligar a rádio e ter que escolher entre o É o Tchan ou Gerasamba, ou pior, saber todos os passinhos. Você acha isso ruim? Dureza era aguentar a Rosana comendo uma deusa nas estações radiofônicas.
A geração dos anos 80 é uma geração esperançosa. Esperança de que o Elvis não morreu, mas bom mesmo seria que o Freddie Mercury estivesse vivo. Esperança que o Cidinho e Doca voltem e ensine ao Benny como se faz. Eu só quero é ser feliz!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Há trinta anos...


Muitos dizem que a geração dos anos 80 foi a última a ter uma infância feliz. Será? Pergunte a quem tem mais de trinta anos quantas vezes se descabelou tentando assistir o último capítulo de Caverna do Dragão que jamais existiu. O fato de alguém ter inventado essa história prova que o nosso bem-estar infantil é demasiadamente exagerado diante da programação da TV na época. Eu te pergunto, os Smurfs conseguiram derrotar o Gargamel de vez? A infância da geração dos anos 80 teve seus traumas.

A minha felicidade era mudar o canal para o SBT. Sim, toda e qualquer casa brasileira ficava sempre ligada no Plim Plim. Felicidade para mim era assistir ao Sérgio Mallandro no programa Oradukapeta com a Porta dos Desesperados e o Mallandrovsky! Os politicamente corretos deixariam existir um programa com esse nome nos dias de hoje? Com certeza não! E logo depois vinha o Bozo, a gente ficava esperando para conferir se alguém ia passar aquele trote para o programa. Sim, o trote do tomate cru. Como a gente era inocente, né?!

Fale para um fã de Ben 10 que bom mesmo era o “alienígena” Gyodai. As crianças que curtem Max Steel não sabem como eram os perigos do He-Man, que enfrentava o Esqueleto e tinha uma irmã em outra dimensão. Mas cadê os traumas da geração dos anos 80? Bom, nós não vimos o Hank levar a Sheila para o parque como adolescentes normais. Até hoje ninguém entende muito bem porque o Seu Madruga não terminou com a Dona Clotilde. E o que houve com o mascote da Punky na série da TV, aquele bichinho que voava e fazia magia com as orelhas? E por aí vai... Agora pergunte aos jovens de vinte e poucos anos se eles têm os seus traumas da cultura pop também. Toda criança teve e terá!

Chegamos aos trinta anos e devemos saber que nossa infância não foi nada de especial. O que há de especial é que ela é nossa e o que é nosso a gente cuida. Será mesmo que não foi especial? Qual outra geração deu sentido a um pogobol? Isso é para poucos!