quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Repórter da Globo afoga o jornalismo


O réporter Guilherme Portanova viveu dois momentos de terror em sua carreira jornalística. O primeiro susto foi quando ele, récem-transferido da RBS de Porto Alegre para a Globo de São Paulo, foi seqüestrado em agosto de 2006 pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que exigia a exibição de um vídeo criticando o sistema penitenciário brasileiro, sob pena de executar o repórter. Seguindo normas do International News Safety Institute (INSI), de Bruxelas, a Globo cedeu e exibiu três minutos de um mascarado que pedia revisão de penas e melhoria nos presídios. O vídeo foi veiculado apenas em São Paulo. Na madrugada seguinte, Portanova foi libertado após 40 horas de cativeiro.
Portanova foi convocado pela Rede Globo para cobrir a tragédia das águas na região serrana do Rio de Janeiro e sexta-feira (14) ele viveu mais um susto, mas dessa vez foi constrangedor. Nova Friburgo viveu momentos de medo com a notícia do estouro de uma barragem. O Jornal Hoje entrou ao vivo de Nova Friburgo. E a repórter Flávia Januzzi entrevistou o Guilherme Portanova que relatou o seu medo, ao invés de reportar, aos telespectadores:


A imagem é o mais importante no jornalismo televisivo. Ele foi convocado pela Rede Globo para ouvir a desgraça daquela população e registrar essas imagens e não relatar seu medo. Mas o seu medo esqueceu de registrar o terror que o rodeava. É legítimo ele sentir medo, mas ali ele estava a trabalho e tinha que está com a sua câmera e o seu microfone. E o pior, minutos depois tudo não passou de um boato. Um  mau exemplo de jornalismo.
E pior ainda, a sua concorrente Rede Record com a repórter Vivian Carvalho teve coragem e cumpriu a sua missão. Relatou emocionada, com seu choro e com as imagens. Mostrando o pânico na rua com as pessoas amedrontadas:


Um  belo exemplo de jornalismo. O relato de Vivian mostra a emoção que ela viu com coragem e humildade e o do Portanova mostra apenas o que ele sentiu com medo. O
 repórter sempre será menos importante do que a notícia.

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