terça-feira, 17 de maio de 2011

Por trás das Tchecas – os bastidores da campanha viral de lançamento da Proibida


“Ei, você viu que duas tchecas gostosas querem vir para o Brasil?”
Foi assim que começou nossa campanha viral para lançar uma nova marca de cerveja no mercado: a Proibida.
Nossa proposta era criar uma série de ações de buzz online que colocassem a República Tcheca no imaginário dos brasileiros. Afinal de contas, lá são fabricadas as melhores cervejas pilsen do mundo.
Após algumas horas de brainstorm, eu e meu dupla, o incomparável Thiago Elias, chegamos na ideia das Tchecas: duas vloggers gringas gostosas que iriam interagir com os internautas brasileiros e falar sobre a República Tcheca, sobre o Brasil, sobre cerveja etc. As duas viriam para o Brasil e iríamos explorar esse paradoxo que todo estrangeiro encontra ao se deparar com o nosso país.
Mostramos o projeto para o nosso vp de Criação, Jader Rosseto, que comprou a ideia na hora. E no dia seguinte estávamos apresentando toda essa maluquice para o presidente da CBBP, João Carlos Noronha, que também adorou a estratégia e nos deu luz verde para irmos em frente.
Aprovada a ideia, o próximo passo se mostrou um grande desafio: quem iria topar essa loucura e produzir nossos vídeos lá no exterior? Meu dupla teve a grande ideia de chamar um amigo diretor chamado Marcel Marlucco. O cara simplesmente já tinha filmado no mundo inteiro e era amigo do Guillermo del Toro, tendo participado das gravações de “O Labirinto do Fauno”. Ou seja, encontramos todos os contatos que nós precisávamos para filmar na gringa num esquema low budget, que se encaixava bem com o visual amador que precisávamos impor ao material.
Depois disso, foi só correria. O Thiago Elias e o Jader Rossetto embarcaram para Londres e Praga na difícil missão de acompanhar o casting de várias dúzias de gringas gostosas, trabalhando arduamente até encontrar as duas tchecas perfeitas. E eu fiquei no Brasil (eles me devem essa), com a missão de escrever e aprovar roteiros para mais de 20 vídeos… em apenas 3 dias!
Esse foi outro momento crucial da campanha: para otimizar os custos de rodar em Londres e em Praga, foi preciso antecipar todas as necessidades e oportunidades que surgiriam nos próximos meses e filmar todos os vídeos de uma só vez, muito antes deles serem colocados no ar. Era como jogar xadrez: eu ficava imaginando várias possibilidades e tentando prever os movimentos que iríamos fazer várias jogadas na frente.
Um exemplo disso foi o vídeo das duas aprendendo português:



Nós brasileiros adoramos sacanear com os gringos sempre que dá. Daí veio a ideia de mostrar as Tchecas tendo aulas de português com os internautas. E é claro que elas seriam enganadas por nós, brasileiros espertalhões. O vídeo bombou rapidamente e deu ainda mais credibilidade para a história.
Em dezembro do ano passado, colocamos o primeiro vídeo no ar e a história se espalhou rapidamente. As duas Tchecas viraram assunto em todo o país e as pessoas iniciaram verdadeiras campanhas para que elas visitassem um ou outro lugar. Ponto para nós, brasileiros, que nos mostramos ótimos anfitriões.
Manter a campanha rodando foi trabalho duro do começo ao fim. Estávamos com uma equipe tão reduzida que tive que aprender a usar o After Effects para legendar e subir os vídeos das Tchecas eu mesmo. E as legendas eram motivo de muita risada. No começo da ação, estabeleci uma regra: todo texto produzido pelas duas nos vídeos e nas redes sociais deveria ser escrito em inglês e traduzido através da ferramenta do Google. Ou seja: elas falavam num português macarrônico que era motivo de piadas constantes dos internautas.
Um dos vídeos que criamos era uma isca para o Pânico: as tchecas falavam sobre a Sabrina Sato e faziam um ensaio de fotos sensuais inspirado na Playboy dela. Os internautas adoraram e fizeram esse material chegar até a produção do programa, que caiu direitinho na história.
A partir daí, elas começaram a trocar e-mails com os produtores, combinando como seria a participação no programa. Trouxemos as duas para o Brasil e passamos a filmar nosso material escondido, sempre que o Pânico não tinha gravações com elas.
Mas nem tudo corrreu sem sustos: uma noite estávamos eu e o Jader na frente de um bar nos Jardins acompanhando as filmagens. Lá dentro, o circo estava armado: as Tchecas, várias garrafas de Proibida, material de PDV, equipe de filmagem etc. E não é que um carro da RedeTV! parou exatamente na frente do bar? Na hora, o sangue gelou, achamos que tínhamos sido descobertos, eu já estava até esperando descer alguém do programa para tirar sarro da nossa cara. Vários minutos de tensão depois, descobrimos que o carro foi pegar duas pessoas da RedeTV! que moravam ali do lado.
Depois dessa e de outras situações extremas, só posso crer que os astros se alinharam em favor de nossa campanha. Tudo correu exatamente conforme planejamos e, hoje, a Proibida já é conhecida em todo o Brasil. E o universo da República Tcheca ainda tem algumas surpresas guardadas para os internautas.
Eu queria aproveitar esse espaço para agradecer ao Thiago Elias e ao Jader Rossetto, dois gigantes incansáveis que fizeram o possível e o impossível para que essa campanha se tornasse o sucesso que ela é hoje. E ao cliente, que acreditou e investiu numa ação tão inusitada quanto essa. Dej Bůh Štěstí!

Mário Lins / We


Via CCSP

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