sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A grande mídia não decide mais uma eleição

A eleição de Collor foi definida pela edição de vídeo que a Globo impôs ao debate com Lula, como eu já disse aqui. A grande mídia controlava a consciência da massa.
No primeiro turno das eleições para presidente deste ano, a Globo mostrou a sua posição. As entrevistas com os principais candidatos no Jornal Nacional mostrou a preferência da emissora por Serra. Ele foi poupado, enquanto Dilma foi "fuzilada" por William Bonner e Fátima Bernardes. Não é de se espantar, o principal telejornal do país é bastante tendencioso. Mas, estas eleições mostrou que o Jornal Nacional já não tem a mesma força de anos atrás. Nem mesmo a revista Veja, sempre criticada, com suas capas sensacionalistas não causou o estrago pretendido. E os institutos de pesquisas mostraram-se muito imprecisos em suas avaliações.
E a que conclusão que chegamos? A mídia de massa perdeu seu poder de persuasão política? As capas da Veja e os debates da Globo sempre foram tidos como os elementos que decidiam uma eleição. Uma grande parcela de eleitores esperavam o debate do "plim-plim" para decidirem seus votos. E essa já não é mais a realidade do Brasil. Ainda bem!
E esse poder está com quem? Com as mídias sociais? O Plínio de Arruda caiu nas graças dos tuiteiros, mas não conseguiu passar de 1%. Com quem está o poder? E-mails e YouTube? A justificativa que circula é que Dilma não venceu o primeiro turno devido as correntes de e-mails e vídeos que afirmavam que Dilma era a favor do aborto. E infelizmente isso se transformou em um dos principais pontos de pauta das campanhas de Serra e Dilma no segundo turno. 
É tudo especulação. Nada pode ser afirmado com precisão, são questões difíceis. A única certeza que podemos ter é que a grande mídia perdeu sua hegemonia no debate político. Hoje em dia a população possui várias fontes para tomar suas decisões e pautar as conversações, afinal a internet está presente em todas as classes sociais.

A internet vem sendo usada não apenas para divulgar as plataformas eleitorais, mas também para disseminar rumores. Hoje o Twitter, blogs, e-mails, orkut e afins são responsáveis por ajudar/confundir os eleitores.
Não se pode mais supor que a força de capital das grandes instituições midiáticas decidam hoje uma eleição. A internet oferece aos cidadãos uma forma de participação ativa do debate político. E não podemos afirmar que uma corrente de e-mails seja capaz de reverter uma eleição que se supunha já ganha por Dilma. 

Este post, tem o único objetivo de mostrar a queda do império das grandes mídias. Não defendo Serra e nem Dilma, até porque me recuso a sair de casa dia 31 de outubro para votar nesses dois candidados, Agnelo e Weslian. Boa eleição à todos! Boa sorte Brasília! Boa sorte Brasil!

Nenhum comentário: