quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Do que o palhaço gosta? De risadas, claro!

Tiririca foi eleito Deputado Federal. Como ele mesmo disse, nem sabe o que fará na Câmara dos Deputados. A Legislação diz que uma pessoa sem saber ler e escrever não pode ser candidata, mas mesmo assim Tiririca foi eleito.
Segundo a decisão do Juiz Aloisio Silveira, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Tiririca comprovou que possui pelo menos noções básicas de leitura e escrita. "A Justiça Eleitoral tem considerado inelegíveis apenas os analfabetos absolutos, e não os funcionais", de acordo com a sentença. Para o magistrado mesmo Tiririca tendo errado 90% do ditado a que se submeteu, ele ainda pode legislar. Segundo o Juiz, mesmo com "um mínimo de intelecção do conteúdo do texto, apesar da dificuldade na escrita" fazem com que Tiririca esteja apto a legislar. Está claro que o nosso Brasil pode ser legislado por pessoas analfabetas funcionais.
Então eu sou antidemocrático, porque acredito que o país deveria ser governado por pessoas instruídas e concursadas. Todo e qualquer tipo de emprego necessita de um processo seletivo, porque para ser deputado, senador... não necessita?
Enfim, a verdade é que Tiririca está apto a criar leis que vão gerir o nosso país. Só rindo... Eu sempre admirei o personagem Tiririca e agora devo admirar a capacidade dele e dos articuladores da sua candidatura de nos proporcionar uma das maiores piadas desse país. Não sei se eu rio ou lagoa... HAHAHahaha... 
Agora é sério, não sei se eu rio ou tenho um ataque de nervos.

Um comentário:

eduardosan disse...

Acredito que muita gente em nossa sociedade deve concordar contigo, principalmente os "intelectuais". Mas podemos abrir a discussão com o seguinte comentário do Senador Cristovam no twitter:

"Se Tiririca for analfabeto, no lugar de cassá-lo deveríamos cassar o prefeito da cidade onde ele nasceu"

A democracia parte do princípio de que todos (sim, TODOS) devem ter sua opinião respeitada e têm direito de ser representados. O sistema de eleição desproporcional na UnB foi criado porque os professores acreditavam que só eles tinham o direito e o conhecimento necessário para escolher o reitor da universidade. Por isso representavam 50% dos votos, e alunos e funcionários dividiam os outros 50%. O Tiririca pode até ser analfabeto, mas tenho 100% de certeza que ele também é brasileiro. O que significa que ele representa um setor da sociedade que precisa ser representado.

O conceito de instrução é um conceito muito difícil, principalmente no Brasil. Em teoria, deveríamos ser governados por pessoas com consciência política, mas sabemos que essa não é a nossa realidade. A maior parte das pessoas é analfabeta política, inclusive os próprios políticos, e ao atingir uma posição na sociedade que permite, em teoria, o desenvolvimento de tal consciência, optam pelo favorecimento de seus próprios interesses.

O que falta aos políticos então? O mesmo que falta à toda a sociedade brasileira: educação. Nos EUA (que não são um bom exemplo de país, mas seus cidadãos têm consciência política) todos têm que prestar contas à sociedade. Se um deputado do Texas, por exemplo, legislar contra a vontade da população local, haverá uma mobilização contra ele. As pessoas vão a escritório dele e cobram cada uma de suas posições nas mais diversas votações. Quem faz isso no Brasil? Quem já cobrou algum deputado que conquistou seu voto?

Não vejo porque o Tiririca será um deputado inferior a outros que existem no Congresso. O melhor presidente da história desse país (na era democrática) também não tem a tão chamada instrução. Não é analfabeto, mas não tem curso superior, e diferente de seu antecessor, não faz discursos em inglês nas maiores Universidades britânicas e americanas, por exemplo.

Democracia é isso, quer gostemos ou não. Não é o meu regime predileto, mas sou brasileiro e respeito o que se passa com meu país. Vivo a tal democracia, ainda que não goste dela.

Só mais um detalhe: o fato de o funcionário ser concursado não significa que ele é preparado. Muito pelo contrário. A maior dificuldade que temos com concursados em geral é a falta de experiência profissional, pois estudaram a vida inteira para concurso e nunca trabalharam de verdade. Não é a regra, mas acontece muito. A única diferença entre a eleição e o concurso é que aqueles que fazem a prova do concurso sabem muito bem o que querem avaliar. Bem diferente daqueles que votam. A eleição deveria ser um processo seletivo e, ao final do mandato, os políticos deveriam prestar contas de seus resultados. Mas somos um país de fãs de big brother, e as pessoas preferem discutir postura e beleza de um e outro ao invés de analisar as propostas.

Quanto mais penso, mais tenho certeza que para todas as perguntas há somente uma resposta: educação.