quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Distritais candidatos à reeleição só mostram qualidades

Se depender da programação eleitoral preparada pelos distritais, os eleitores terão dificuldade de escolher em quem votar pela vasta opção de propostas do bem. A lista de benfeitorias que os deputados candidatos dizem que fizeram e as providências que pretendem tomar serão temas frequentes da propaganda eleitoral, ao contrário dos problemas que muitos enfrentaram nos últimos anos. Vários distritais sofreram desgaste no atual mandato que agora tentam prolongar. Por isso, o contraponto para o pacote de bondades ofertado pelos pretendentes dependerá da memória dos eleitores.


Alírio Neto (PPS)


O que sai nos programas


Tem como bandeira de campanha o combate às drogas e à violência contra jovens e idosos. Delegado de polícia, já foi presidente da Câmara e secretário de Justiça do GDF


E o que deixa de ser mostrado


É alvo de improbidade administrativa, porque teve despesas pagas por empresário na véspera da eleição indireta par governador de DF.


Aylton Gomes (PR)






O que sai nos programas

Bombeiro militar, ele divulga propostas com a nova lei de remuneração da carreira e a criação de uma área de desenvolvimento econômico em Planaltina.

E o que deixa de ser mostrado

O nome do distrital foi citado em gravações divulgadas por Durval Barbosa sobre o esquema de corrupção da Caixa de Pandora. É alvo de ação de improbidade por ter despesas pagas por empresário na véspera da eleição indireta.



Batista das Cooperativas (PRP)



O que sai nos programas

A campanha do distrital tem como principal foco o grupo ligado a cooperativas habitacionais, prometendo-lhe facilidades para a conquista da moradia popular.

E o que deixa de ser mostrado

Enfrentou denúncias de uso de cargos comissionados em interesse pessoal. É investigado por suposta sociedade com construtora que atua em cooperativas habitacionais. É alvo de ação de improbidade pela hospedagem em Goiânia às vésperas da eleição indireta.



Benedito Domingos (PP)



O que sai nos programas

Presidente regional do PP. o distrital dirige-se na campanha especialmente aos moradores de Taguatinga, a quem promete melhorias de emprego, renda, saúde e educação.

E o que deixa de ser mostrado

Benedito é investigado por ter sido citado por Durval Barbosa em depoimentos. Teria recebido dinheiro na campanha de 2006 para levar o PP a apoiar a candidatura de Arruda. Na semana passada, a Justiça mandou bloquear os bens do distrital, e o MP exige que ele devolva R$ 6 milhões aos cofres públicos.



Dr. Charles (PTB)



O que sai nos programas

Com o discurso voltado para a saúde, propõe reativar a fundação hospitalar e contratar servidores concursados para hospitais.

E o que deixa de ser mostrado

É alvo de ação de improbidade porque teve as despesas pagas por um empresário às vésperas da eleição indireta para governador.



Benício Tavares (PMDB)



O que sai nos programas

Tem como mote o trabalho voltado para os deficientes físicos. Defende programa específico de moradia para os portadores de necessidades especiais.

E o que deixa de ser mostrado

É investigado com beneficiário de mesada paga a distritais. Teve a candidatura impugnada por apropriação indevida de recursos da Associação dos Deficientes Físicos de Brasília. É alvo de ação de improbidade porque teve despesas pagas por empresário às vésperas da eleição indireta. Livrou-se de denúncia de exploração sexual de adolescente.



Cabo Patrício (PT)



O que sai nos programas

Tem como bandeira a defesa da categoria de policiais militares, para quem defende melhorias no plano de carreira. Destacou-se com condutor da Câmara na crise da Operação Caixa de Pandora

E o que deixa de ser mostrado

Foi alvo de representação por ter apresentado projeto relacionado ao tratamento do lixo hospitalar, que beneficiou o ex-deputado Leonardo Prudente. O processo não avançou.



Cristiano Araújo (PTB)



O que sai nos programas

Tem como enfoque a geraração de empregos, com propostas com a prioridade de contratação de servidores concursados para atuar na administração do governo local.

E o que deixa de ser mostrado

Foi condenado por abuso de poder econômico na campanha de 2006, por isso teve a candidatura impugnada. É alvo de ação de improbidade porque teve despesas pagas por um empresário às vésperas da eleição. As empresas da família do deputado mantêm negócios com o GDF.



Eliana Pedrosa (DEM)



O que sai nos programas

A deputada usa como referência na campanha seu trabalho à frente da Secretaria de Desenvolvimento Social, especialmente com grupos jovens e idosos.

E o que deixa de ser mostrado

A distrital chegou a prestar depoimento na CPI dos Cemitérios por ter sido uma das donas da Campo da Esperança, mas não foi indiciada. As empresas de segurança, limpeza e vigilância de sua família mantêm contratos milionários com o GDF.



Roberto Lucena (PR)



O que sai nos programas

Médico da rede pública, o distrital se coloca com um crítico do funcionamento do sistema de saúde, sobre qual relata falta de insumos e equipamentos.

E o que deixa de ser mostrado

Suplente do PMDB, assumiu o mandato com o afastamento de Eurides Brito. Foi cassado por infidelidade partidária, mas conquistou liminar para permanecer no mandato. É irmão de Gilberto Lucena, dono da Linknet, uma das empresas investigadas na Pandora.



Rôney Nemer (PMDB)



O que sai nos programas

O distrital tem entre suas propostas a geração de emprego com a criação de indústrias não poluentes e o fortalecimento do comércio.

E o que deixa de ser mostrado

É investigado por ter sido citado como beneficiário de mesada em troca de apoio ao governo. É alvo de ação de improbidade por ter tido despesas pagas por um empresário. Mantinha um contrato de aluguel com o governo no Recanto das Emas, o que é considerado impróprio para um deputado.



Jaqueline Roriz (PMN)



O que sai nos programas

Seu principal trunfo na campanha é o parentesco com Roriz, de quem é filha. Dá prioridade ao trabalho com jovens e mulheres.

E o que deixa de ser mostrado

O Ministério Público investiga se a deputada é dona de apartamento no residencial Monet em Águas Claras sem devida comprovação de pagamento. O prédio foi construído com empréstimo do BRB na época em que Joaquim Roriz era governador.


Via CB

4 comentários:

Anônimo disse...

Grande trabalho de apuração. Foi você mesmo que fez ou copiou de algum lugar?

Só achei meio infundadas as dúvidas sobre a Eliana Pedrosa. O problema dela é que ela é rica? Qualquer empresário bem sucedido em BsB tem contratos milionários com o governo. Isso não é crime, pelo contrário.

De qualquer maneira, não voto nela porque não tenho coragem de votar no DEMO.

Essa eleição realmente tá difícil...

Marcos Maciel disse...

Post baseado nas fontes do Correio Braziliense.
O problema não é que a Eliana Pedrosa é rica, apenas considerado impróprio para um deputado ter contratos com o GDF.

Marcos Maciel disse...

Esse empresários de Brasília começam pequenos, vão crescendo e, na hora em que querem ficar "bem sucedidos", elegem um deputado para defender o seus interesses. Vida política e contratos com o GDF é um mistura muito ruim para a cidade.

Anônimo disse...

Entendo o dilema ético, mas uma coisa não necessariamente tem a ver com a outra. Teoricamente, as empresas são contratados por licitação, um processo ausente de influências políticas.

Como não dá para acreditar nisso em BsB, concordo contigo. O Paulo Octávio é pior: GDF vende um terreno, ele compra, constrói e aluga para o governo de volta.

Enfim, política sempre suja em BsB.